quinta-feira, 3 de maio de 2018

AULA 1 – Introdução ao pensamento geográfico

A construção do conhecimento geográfico é resultado da contribuição de diferentes pensadores nas mais diferentes áreas do conhecimento ao longo da história;


Gregos -> Sistematização; Romanos -> Ciência Geográfica. Erastóstenes, Tales de Mileto, Heródoto -> Geografia Científica. Ainda na Antiguidade, destaca-se a influência de pensadores como Estrabão e Ptolomeu. Estrabão -> Viagens, Descrição e Geografia Política. Ptolomeu -> Concepção ptolomeica do Universo, a qual considerava que a Terra estava no centro do Universo (Teoria Geocêntrica).
 As grandes transformações ocorridas na Europa e no Mundo durante a Idade Média (Séc. V ao XV) resultam em novas concepções e compreensões do Espaço Geográfico. Destaca-se o avanço significativo da Cartografia e Navegação durante Revolução Comercial e a Expansão Marítima durante a transição da Idade Média para a Idade Moderna. Além disso, o Renascimento Cultural e Urbano em subsequência propiciou o desenvolvimento de um aparato teórico e técnico de grande importância para a Ciência Geográfica.
Com as Grandes Navegações e o MERCANTILISMO, bem como a Primeira Revolução Industrial, contribuíram em muito para a evolução do pensamento geográfico. Podemos dar destaque para:
Immanuel Kant: com ele que a região aparece, pela primeira vez ligada à ideia de espaço geográfico. (séc. XVIII);
Alexander Von Humboldt; Carl Ritter (séc. XIX):  com os estudos da paisagem a partir da classificação e individualização dos elementos. Os desenhos sistemáticos desenvolvidos por Humboldt em suas inúmeras viagens alavancaram os estudos no ramo da Botânica e da Ecologia Vegetal. A sistematização do conhecimento geográfico ocorreu no fim do século XIX na Alemanha com Ritter e Humboldt.
Fredrich Ratzel e Vidal de La Blache: Ainda no Século XIX e no XX, passamos a ter um forte desenvolvimento da Ciência Geográfica, destacando-se as duas grandes Escolas: ALEMANHA e FRANÇA
A Geografia Clássica ou Tradicional : voltada aos estudos descritivos, desenvolvimento posterior à Revolução Industrial. As diversas correntes da Geografia Clássica, ou Tradicional, na tentativa de eleger um objeto de análise, se apoiaram em elementos do Positivismo. Uma primeira manifestação dessa relação está na redução da “realidade” ao mundo dos sentidos, ou seja, a análise geográfica limitar-se-ia aos aspectos visíveis dos fenômenos, por meio do método indutivo, considerado, na época, o principal meio de explicação.Outra evidência da relação entre Geografia e Positivismo refere-se ao fato de a Geografia ser considerada uma “ciência de síntese”, isto é, ela é considerada o resultado final de todo conhecimento científico, no sentido de analisar e relacionar todo o conhecimento produzido pelas demais ciências.
As principais correntes filosóficas, determinista e a possibilista, realizaram papel fundamental na justificativa dos planos burgueses, na medida em que permitiam obter conhecimento sobre novos territórios e aquisição para matérias primas, assim como criar um sentimento de nacionalidade.
Escola Alemã – Determinismo;
  • Influência das condições naturais sobre a sociedade; Expoente: Friedrich Ratzel;
  • Empirismo (observação e descrição); racionalismo positivista (verdade através do conhecimento científico);
          Escola Francesa – Possibilismo;
  • Influência das ações do homem sobre o meio; Expoente: Vidal de La Blache;
  • Gênero de Vida – Conjunto de atividades cristalizadas pela influência dos costumes, da cultura; conceito de região.
  • A Geografia Regional é uma corrente da geografia desenvolvida inicialmente por Vidal de La Blache e que se apoia na concepção antipositivista e historicista, contestando a corrente determinista cujo principal representante foi Ratzel. A existência de regiões geográficas, defendida pela geografia regional, resulta da harmonia entre as condições naturais, as heranças históricas e a criação humana, daí resultando um espaço com características individualizadas e únicas.
A Geografia Quantitativa ou Nova Geografia (New Geography), surgiu da necessidade de compreender a organização espacial para poder planejar e agir nesta organização – (re)organização espacial. Foi bastante influenciada pelo meio técnico-científico-informacional e se utilizou da elaboração de técnicas para melhor trabalhar e analisar os fenômenos geográficos. No Brasil, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – sofreu forte influência da Nova Geografia.
A Geografia Crítica (Radical) surgiu a partir da segunda metade da década de 1970; influência de movimentos sociais e contracultura. A Geografia Radical procura tratar a problemática social, criticando as desigualdades e o forte desenvolvimento industrial que exerceu impacto significativo sobre a natureza e sociedade; o desenvolvimento desigual nas sociedades; tem como primazia o marxismo enquanto base ideológica e propiciou o desenvolvimento da Geografia Cultural, Socioambiental e Fenomenológica. São expoentes da Geografia Crítica o francês Yves Lacoste e no Brasil a ilustre figura do Geógrafo Milton Santos.
Outros conceitos importantes na Geografia são:
Espaço Geográfico: A Geografia deve partir do seu objeto de estudo que são as transformações que o homem realiza no espaço (natural e construído). Assim temos o conceito de espaço geográfico, que não é apenas palco ou cenário e sim elemento componente de uma dimensão onde existem pessoas, culturas, economia, história, política, etc. Com relação ao conceito de espaço, ele aparece na Geografia desde a Antiguidade e se fortalece com Kant no século XVII baseado na ideia de condição de ocorrência dos fenômenos. Na Geografia tradicional tem como maior expoente o alemão Friedrich Ratzel com a conceituação de Espaço Vital. O espaço atual é um meio cientifico e tecnológico. Portanto, é o espaço produzido pelo homem, por meio das transformações imposta ao espaço natural pelo trabalho. As transformações serão mais significativas quanto maior for a disponibilidade de capitais e tecnologia para aplicar sobre o espaço natural
Paisagem: São as várias porções de superfície terrestre em suas características naturais e humanizadas. Diz-se que a paisagem é natural quando o homem ainda não a alterou e que é artificial, cultural ou humanizada, quando o homem, direta ou indiretamente, já a alterou.
Território: É qualquer porção da superfície terrestre, apropriada por grupos humanos que, estabelecendo suas fronteiras ou limites, exercem alguma relação ou prática de poder no espaço. Por isso que se diz que o território é um conceito também político. A palavra Território vem do latim, sendo derivada do vocábulo Terra e é ligado a ideia de poder, quer se faça referência ao poder público, estatal, quer ao poder das grandes empresas.
Lugar: É a porção delimitada da superfície da Terra, compreendida pelo indivíduo com base na sua experiência pessoal e nas relações do cotidiano, onde se vive, estuda, trabalha etc. em outras palavras é “uma porção do Espaço Vivido”. O conceito de lugar, dentro da geografia tradicional, foi definido segundo COSTA & ROCHA (2010) de acordo com as características naturais e culturais próprias de uma determinada área. Estava ligado à noção de localização e à individualidade das parcelas do espaço. Como resultado das várias críticas recebidas, as correntes geográficas tradicionalistas passaram, a partir de então, para uma fase de renovação de seu método e de suas concepções de ciência e de ver o mundo.
FONTE: http://klebercaverna.blogspot.com.br/2013/11/a-evolucao-do-pensamento-geografico.html

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