domingo, 9 de outubro de 2016

TEMA: OS CONFLITOS INTERNACIONAIS - 9 de outubro de 2016

Geografia geopolítica Conflitos mundiais

CONFLITOS GEOPOLÍTICOS


Guerras entre Estados-Nações, guerras civis, guerrilhas, ocupação de territórios à força e movimentos de separatismo dentro de Estados-Nações acontecem em todos os continentes, exceto na Oceania. Os principais motivos dos conflitos que ocorrem no mundo são: disputas por território, soberania do Estado nacional (nacionalismo e separatismo), rivalidades étnicas e religiosas, questões de fronteiras, recursos minerais e, até mesmo, água. A pobreza é também causa de muitos desses conflitos.
CONTINENTE AMERICANO – No continente americano predominam as guerrilhas de esquerda, na Colômbia e no México, e uma questão territorial envolvendo a Argentina e o Reino Unido pelo controle das Ilhas Falkland-Malvinas.

·         COLÔMBIA: País com saída para o Oceano Atlântico e Pacífico, enfrenta a atuação das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Libertação Nacional) – guerrilhas de esquerda surgidas na década de 1960 muito ativas até 1980. Após esse período, perderam seu caráter ideológico e passaram a atuar buscando desestabilizar o governo colombiano. Cobram ‘pedágios’ dos traficantes de drogas nas áreas que controlam – cerca de metade do território do país. Como oposição a essas guerrilhas surgiram as AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), grupos paramilitares de direita apoiados pelo exército colombiano par combater as duas guerrilhas. As Farc atualmente tem um partido político visando conseguir apoio político no país, deixando de lado um pouco a luta armada.

·         ILHAS MALVINAS (Argentina X Reino Unido) - As Ilhas Malvinas (em inglês Falkland Islands) são um território britânico ultramarino no Atlântico Sul constituído por duas ilhas principais e um número elevado de ilhas menores, situadas ao largo da costa da América do Sul. Ocupadas pelos britânicos a partir da década de 1830, A soberania sobre as ilhas é reclamada pela Argentina. Em 1982, argentinos e britânicos travaram a Guerra das Malvinas pela posse do território.
Apesar da vitória militar britânica no conflito, o governo argentino mantém a reivindicação de soberania até hoje.

·         MÉXICO – País da América do norte em formato de funil tem como região mais pobre a região de Chiapas nos sul do país, a região é rica em petróleo, porém é a mais atrasada do México, fato que levou o EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional) – movimento rebelde, a ocupar várias cidades no estado de Chiapas em 1º de janeiro de 1994 (início do NAFTA - Acordo Norte-Americano de Livre Comércio)). Opôs-se ao governo mexicano, reivindicando o combate à exclusão social e a melhoria dos direitos constitucionais dos povos indígenas.
Liderado pelo subcomandante Marcos, iniciou negociações com o governo mexicano e não atua mais por meio do confronto armado.

CONTINENTE EUROPEU – No continente europeu os problemas envolvem religião, territorialidade e etnias.

·         IRLANDA DO NORTE -  A Irlanda do norte é uma república situada no norte da ilha da Irlanda. Os problemas na Irlanda do Norte são consequência de uma longa história de conflitos entre católicos (irlandeses) e protestantes (ingleses). Os católicos são majoritários na República da Irlanda (conhecida como EIRE), mas minoritários na Irlanda do Norte (conhecida como Ulster). Os católicos da Irlanda do Norte (Ulster) reivindicam a separação do Ulster em relação ao Reino Unido.

Em 1964 pra combater a dominação britânica sobre a Irlanda do Norte formou-se o IRA (Irish Republican Army / Exército Republicano Irlandês) – grupo que se notabilizou por uma série de atentados terroristas. Um acordo de paz foi assinado em 1998, porém a situação ainda é relativamente tensa.

·         ESPANHA / BASCOS - O “País Basco” localiza-se entre Espanha e França. Os bascos são um povo com língua de origem desconhecida e cultura tradicional. Durante a ditadura de Francisco Franco (1939-1975), os bascos foram proibidos de ensinar sua língua (euskera) nas escolas da região e de usar a bandeira com as cores do País Basco.

Em 1959, foi criado o ETA (Euskadi ta Askatasuna), que reivindica a independência do “país basco”. O grupo foi responsável por inúmeros atentados terroristas ao longo da História e é considerada a guerrilha com mais tempo em atuação. A partir da redemocratização do país, o ETA perdeu a credibilidade e o apoio popular, mas se mantém ativo.

·         CÁUCASO (Rússia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão)– A região do Cáucaso uma região montanhosa considerada uma das mais conflituosas do planeta. Região de grande diversidade étnica teve duas influências religiosas fundamentais: a cristã ortodoxa e a islâmica. Os conflitos atuais dessa região estão ligados a nacionalismos (motivos políticos) e às diferenças religiosas.

As repúblicas da Chechênia e do Daguestão - ricas em petróleo, pertencem à Rússia onde vários grupos lutam pela independência e para implantar Estados Islâmicos, empregado inclusive táticas terroristas.

Entre 1994 e 1996, ocorreu violenta guerra entre os rebeldes chechenos e a Rússia, arrasando várias cidades da república. A Chechênia Conseguiu uma autonomia parcial, mas em 1999, o governo russo volta a intervir na região.

No início dos anos 90, a República Ossétia do Sul proclamou sua independência em relação à  Geórgia para  em um acordo de paz que, contudo, não evitou o país de manter tropas na região. Em agosto de 2008 ocorreu invasão da Rússia na região.

·         (Bálcãs) ANTIGA IUGOSLÁVIA -  A Iugoslávia surgiu como uma monarquia em 1920. Formada por várias etnias , ente elas: eslovenos, sérvios, croatas, muçulmanos, bósnios. Em 1945, com o término da 2ª Guerra Mundial, o país se tornou uma república socialista liderada pelo Marechal Tito sem alinhar se à URSS.

Após a morte do general que conseguira unir as várias etnias que viviam no país, começou uma crise étnica. Em 1991 as duas república mais ricas da Iugoslávia Croácia e Eslovênia declararam independência levando a uma guerra que se alastrou pela Bósnia-Herzegovina, onde os conflitos foram mais violentos. Conflitos na Bósnia em 1994 envolveram sérvios, croatas e bósnios muçulmanos, com cerca de 250 mil mortos, várias acusações de limpeza étnica e participação da OTAN no acordo de Dayton (1995).

Em 1998 Conflitos em Kosovo (província da Sérvia), que possui maioria albanesa. Os sérvios são acusados de limpeza étnica e a OTAN bombardeia a Iugoslávia. Atualmente o que sobrou da Iugoslávia foi a província de Kosovo que se tornou independente em 2008.

CONTINENTE ASIÁTICO – No continente asiático os conflitos são na maioria territoriais ou guerras internacionais.

·         ORIENTE MÉDIO

(ISRAEL X PALESTINA) – Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes.

A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglofranceses e israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a Península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.

Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.

IRAQUE - 1980-1988 – Guerra Irã-Iraque – Sadam Hussein é apoiado por EUA, URSS e outros países.1991 – Guerra do Golfo – coalizão de países força a retirada das tropas iraquianas do Kuwait. Iraque sofre embargo da ONU e são adotadas zonas de exclusão aérea.2003 – Ataque dos EUA, Reino Unido e outros países justificado pela suspeita de armas de destruição em massa e para depor a ditadura de Sadam Hussein. Acredita-se que o verdadeiro motivo da ocupação seja a riqueza de petróleo do país, uma das maiores reservas do mundo. 2003- 2005 – Instabilidade constante no país, com atentados terroristas e forças rebeldes controlando alguns territórios.

AFEGANISTÃO - 1979-1989 – tentativa de dominação soviética, frustrada pela oposição dos mujahedin (guerrilheiros islâmicos), entre eles Bin Laden, apoiados pelos EUA, Irã e Paquistão. 1996 – tomada do poder pelo grupo radical sunita Taleban, que adota a Sharia (doutrina islâmica) como lei. 2001 – atentados aos EUA atribuídos a Bin Laden; os EUA atacam o Afeganistão acusando-o de proteger o terrorista e servir de base para a Al Qaeda; o Taleban é deposto do poder.

CURDISTÃO - Maior grupo étnico sem território, os curdos, de maioria muçulmana sunita, não são turcos nem árabes nem persas. Espalham-se principalmente por terras da Turquia, do Irã e do Iraque, onde sofreram duras perseguições, embora ocupem também pequenas áreas da Síria e da Armênia.

·         ÍNDIA X PAQUISTÃO - 1947 – independência da região e divisão da antiga colônia britânica em Índia (hinduísmo) e Paquistão (islamismo).1947 e 1971 – conflitos entre os dois países pela disputa da Caxemira e pelo apoio indiano à independência de Bangladesh (ex-Paquistão Oriental).1974 – Índia explode sua primeira bomba atômica.1998 – Os dois países realizam testes nucleares e aumentam seu arsenal bélico.

Caxemira – região localizada no norte da Índia, mas de maioria muçulmana, que luta pela anexação ao Paquistão.A Índia também tem problemas com separatistas sikhs, que lutam pela independência do estado de Punjab.

·         TIMOR LESTE - 1975 – independência em relação a Portugal.1975-1999 – anexação do Timor Leste pela Indonésia.1999 – plebiscito define desocupação indonésia do país; militares indonésios atacam a população civil; intervenção de tropas da ONU.2001-2002 – realização de eleições e pacificação completa do país.

·         CHINA   X  TAIWAN - A China considera a ilha de Taiwan um território rebelde e exige sua reintegração sob ameaça de usar a força caso Taiwan opte por reafirmar sua independência.

·         CHINA    X    TIBET - O Tibet é também chamado de "Teto do Mundo“. Sua história data de 2.300 anos atrás. No século VII, o imperador tibetano adotou o budismo Mahayana e traduziu a literatura budista para a língua tibetana. Em 1950, o governo chinês anexou o Tibet. Os militares chineses começaram a ocupar a região e obrigaram o governo tibetano a assinar um documento de cooperação.


          CONTINENTE AFRICANO – No continente africano os conflitos são consequências das fronteiras artificias impostas durante o período colonial, que levou o continente a vários tipos de guerras. Conjunto de problemas: fome, guerras civis, aids, miséria, catástrofes naturais, fraca economia, fronteiras artificiais – formam um verdadeiro barril de pólvora. A Maioria dos países africanos passou por algum conflito nos últimos quinze anos: Ruanda, Burundi, Serra Leoa, Libéria, Sudão, Somália, Etiópia, Eritréia, República Democrática do Congo, Angola, Moçambique, Argélia são alguns exemplos.


·         SUDÃO (GUERRA CIVIL) - Os conflitos no Sudão começaram em 1983, quando o então presidente Jafar Numeri tentou impor a lei islâmica no sul do país de maioria cristã. A maioria das etnias oprimidas, então, passaram a organizar a resistência armada contra o governo muçulmano. Foi uma das guerras mais longas e mais mortíferas do final do século XX.

No dia 8 de julho de 2011( ONU 14 de julho), a população do sul celebrou a independência, resultado de um referendo feito no começo do ano, conforme previa o acordo de paz de 2005 que encerrou décadas de guerra civil. O novo país tem Juba como capital, e foi reconhecido oficialmente pelo governo do Sudão, com sede em Cartum, horas antes da secessão formal.

·         RUANDA - Hutus versus Tutsis: ódio entre duas etnias em Ruanda. Em Ruanda, uma rebelião ocorrida logo após a independência em relação á Bélgica (1962) recolocou as tribos hutus na posição de mando original, isto é, nas mãos dos hutus.

·         BURUNDI - Sem saída para o mar, o Burundi está situado no centro-leste da África, na região dos Grandes Lagos. Desde a independência, na década de 1960, é palco de violentos combates que envolvem tutsis e hutus - etnias também em conflito na vizinha Ruanda -, com centenas de milhares de mortos e refugiados.

·         GUERRA DO CONGO: A Guerra Mundial Africana - A Primeira Guerra do Congo (1996-1997) foi uma guerra de seis meses desenvolvida no Zaire, que tinha o objetivo de derrubar o ditador nacionalista Mobutu Sese Seko (apoiado pelos EUA). As forças de oposição a Mobutu eram lideradas pelo líder guerrilheiro Laurent-Désiré Kabila, com o apoio dos países vizinhos (especialmente Ruanda e Uganda). Tomando Kinshasa, Kabila declarou-se presidente e alterou o nome do país para República Democrática do Congo. A Segunda Guerra do Congo, também conhecida como a Guerra Mundial Africana ou a Grande Guerra de África, foi um conflito armado que se iniciou em 1998 e terminou oficialmente em 2003 quando o Governo de Transição da República Democrática do Congo tomou o poder. A maior guerra na história moderna de África, um dos conflitos mais mortíferos desde a Segunda Guerra Mundial, envolveu diretamente oito países africanos, bem como cerca de 25 grupos armados. 3,8 milhões de pessoas morreram, a maioria de inanição e doenças. Vários outros milhões foram deslocados das suas casas ou procuraram asilo em países vizinhos

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Dominios Morfoclimáticos do Brasil

DOMINIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL

Domínio Morfoclimático Amazônico

É formado por terras baixas: depressões, planícies aluviais eplanaltos, cobertos pela extensa floresta latifoliada equatorialAmazônica. É banhado pela Bacia Amazônica, que se destaca pelogrande potencial hidrelétrico.Apresenta grave problema de degradação ambiental,representado pelas queimadas e desmatamentos. O governo brasileiro, por meio do Programa Piloto para aProteção das Florestas Tropicais do Brasil, adotará o ecotu-rismo ea biotecnologia como formas de desenvolver a Amazônia, preservando-a.

Situação Geográfica
Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a maior região morfoclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² – equivalente a 60% do território nacional – abrangendo os Estados: Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso. Encontram-se como principais cidades desta região: Manaus, Belém, Rio Branco, Macapá e Santarém.


Características do Povoamento
A região é pouco povoada, sua densidade demográfica é de aproximadamente 2,88 hab./km². Isto se deve ao fato da grande extensão territorial e dos difíceis acessos ao interior dessa área. Nesse sentido, o governo em 1970, fez o programa de ocupação populacional na regiãoamazônica, com migrações oriundas do nordeste. A extração da borracha permitiu desenvolver esta área, antes inóspita economicamente, numa região de alta produtividade, seja ela econômica, cultural ou social. Nessa época, muitas cidades foram afetadas com o crescimento gerado pelo capital. O governo continuou auxiliando e orientando o desenvolvimento da região e incorpora em Manaus a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), que trouxe para a capital amazonense muitas indústrias transnacionais. Tanto foi a resposta desta “zona livre”, que antes da Zona Franca de Manaus, a mesma cidade detinha uma população de 300 mil/hab e com a instalação desta área, passou para 800 mil/hab. Outros projetos são instalados pelo governo federal na região amazônica, como: o Projeto Jari, o Programa Calha Norte, o PoloNoroeste e o Projeto Grande Carajás. Com isso, inicia-se a exploração mineral e vegetal da Amazônia. Mas os resultados desses projetos foram pobres em sua maioria, pois com a retirada da vegetação natural o solo tornava-se inadequado ao cultivo da agricultura.

Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas 
Este domínio sofre grande influência fluvial, já que aí se encontra a maior bacia hidrográfica do mundo – a bacia amazônica. A região passa por dois tipos de estações flúvio-climáticas, a estação das cheias dos rios e a estação da seca, porém esta última estação não interrompe o processo pluviométrico diário, só que em índices diferentes. O transporte existente também é influenciado pela enorme rede hidrográfica, enquanto que o rodoviário é quase inexistente. Assim, o transporte fluvial e o aéreo são muito utilizados devido às facilidades encontradas neste domínio. Como se trata de uma floresta equatorial considerada um bioma riquíssimo, é de fundamental importância entendê-la para não desestruturar seu frágil equilíbrio. Devido à existência de inúmeros rios, a região sofre muita sedimentação por parte fluvial, já que a precipitação é abundante (2.500 mm/ano), transformando a região numa grande “esponja” que detém altas taxas de umidade no solo. Este mesmo solo é formado basicamente por latossolos, podzólicos e plintossolos, mas o mesmo não detém características de ser rico à vegetação existente, na verdade, o processo de precipitação é o que torna este domínio morfoclimático riquíssimo em floresta hidrófita e não o solo, como muitas pessoas pensam que é o responsável por tudo isto. Valendo destacar os tipos de matas encontradas na Amazônia, como: de iaipó – de regiões inundadas; de várzea – de regiões inundadas ciclicamente e de terras altas – que dificilmente são inundadas. As espécies de árvores encontradas nesta região são: castanaha-do-pará, seringueira, carnaúba, mogno, etc. (essas duas últimas em extinção); os animais: peixe-boi, boto-cor-de-rosa, onça-pintada; e a flora com a vitória régia e as diversas orquídeas.

Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis

Nos dias atuais é grande a devastação ambiental na Amazônia – queimadas, desmatamentos, extinção de espécies, etc. – fazem com que a região e o mundo preocupe-se com seu futuro, pois se trata da maior reserva florestal do globo. Ecologicamente a Amazônia está correndo muito perigo, devido ao grande atrativo econômico natural que é encontrado nesta região, o equilíbrio é colocado muitas vezes em risco. A exploração descontrolada faz com que as ideologias conservacionistas sejam deixadas de lado. As indústrias mineradoras geram conseqüências incalculáveis ao ambiente e nos rios são despejados muitos produtos químicos para esta exploração. A agricultura torna áreas de vegetação em solos de fácil erosividade e em resposta a tudo isso, gera-se um efeito “dominó” no meio ambiente, onde um é responsável e necessário para o outro. São poucas as atividades econômicas que não agridem a natureza. A extração da borracha, por exemplo, era uma economia viável ecologicamente, pois necessitava da floresta para o crescimento das seringueiras. Mas atualmente, esta exploração é quase rara, devido à falta de indústrias consumidoras. Nesse sentido, deverão ser tomadas medidas de aprimoramento nas explorações existentes nesta região, para que deixem de causar imensas seqüelas ao ambiente natural.

2009

Domínio Morfoclimático dos Cerrados


Corresponde à área do Brasil Central e apresenta extensoschapadões e chapadas, com domínio do clima tropical semi-úmidoe vegetação do cerrado.A vegetação do cerrado é formada por arbustos com troncos egalhos retorcidos, recobertos por casca grossa. Os solos são pobrese ácidos, mas com a utilização do método da calagem, colocando-secalcário no solo, estão sendo aproveitados pelo setor agrícola,transformando-se na nova fronteira da agricultura, representadapela expansão do cultivo da soja, feijão, arroz e outros produtos.Nesse domínio estão as áreas dispersoras da Bacia do Paraná,do Paraguai, do Tocantins, do Madeira e outros rios
destacáveis.


Situação Geográfica Formado pela própria vegetação de cerrado, nesta área encontram-se as formações de chapadas ou chapadões como a Chapada dos Guimarães e dos Veadeiros, a fauna e flora ali situada, são de grande exuberância, tanto para pontos turísticos, como científicos. Vale destacar que é da região do cerrado que estão três nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras: a Amazônica, a São-Franciscana e a Paranáica.
Localizado na região central do Brasil, o Domínio Morfoclimático do Cerrado detém uma área de 45 milhões de hectares, sendo o segundo maior domínio por extensão territorial. Incluindo neste espaço os Estados: do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de Goiás, da Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e de Minas Gerais (parte noroeste). Encontrado ao longo de sua área cidades importantes como: Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Palmas e Montes Claros.

Características do PovoamentoDevido a sua localização geográfica ser no interior brasileiro, o povoamento e a ocupação territorial nesta região era fraca, mas o governo federal vem a intervir com os programas de políticas de interiorização do desenvolvimento nos anos 40 e 50, e da política de integração nacional dos anos 70. A primeira é baseada, principalmente, na construção de Brasília e a segunda, nos incentivos aos grandes projetos agropecuários e extrativistas, além de investimentos de infra-estrutura, estradas e hidroelétricas. Com estes recursos, a região vem a atrair investidores e mão-de-obra, e conseqüentemente ocorre um salto no crescimento populacional de cada Estado, como no Mato Grosso que em 1940 sua população era de 430 mil/hab. e em 1970 vai para 1,6 milhões/hab. Tal foi à resposta destes programas, que nos dias de hoje o setor agrícola do cerrado ocupa uma ótima colocação em produção, em virtude de migrações do sul do Brasil

Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas 
Centrada no planalto brasileiro, o domínio do cerrado é dividido pelas formações de chapadas que existem ao longo de sua extensão territorial, estas que são “gigantescos degraus” com mais de 500 metros de altura, formadas na era geológica Pré-Cambriana, limitam o planalto central e as planícies – como a Pantaneira. Com sua flora única, constituída por árvores herbáceas tortuosas e de aspecto seco, devido à composição do solo, deficiente em nutrientes e com altas concentrações de alumínio, a região passa por dois períodos sazonais de precipitação, os secos e os chuvosos. Com sua vegetação rasteira e de campos limpos, o clima tropical existente nesta área, condiz a uma boa formação e um ótimo crescimento das plantas.
Condições Ambientais e Ecologicamente Sustentáveis
Em vista desses aspectos fisiográficos, o cerrado atraiu muita atenção para a agricultura, o que lhe tornou uma região de grande produção de grãos como a soja e agropastoril, com a ótima adaptação dos gados zebu, nelore e ibagé. Em virtude disso, o solo nativo foi retirado e alterado por outra vegetação, condizendo a uma maior facilidade aos processos erosivos, devido à falta de cobertura vegetal, seja ela gramínea ou herbácea. Nesse sentido, faz-se muito pouco pela preservação e conservação das matas nativas – a não ser nas áreas demarcadas como reservas bio-ecológicas. Outra exploração ativa é a mineral, como o ouro e o diamante, donde decorre uma grande devastação à natureza.

Domínio Morfoclimático de Mares de Morros

Esse domínio acompanha a faixa litorânea do Brasil desde oNordeste até o Sul do País. Caracteriza-se pelo relevo com topografiaem "meia-laranja", mamelonares ou mares de morros,formados pela intensa ação erosiva na estrutura cristalina das Serrasdo Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço.Apresenta predominantemente clima tropical quente e úmido,caracterizado pela floresta latifoliada tropical, que, na encosta daSerra do Mar, é conhecida como Mata Atlântica.Essa paisagem sofreu grande degradação em conseqüência daforte ocupação humana.Além do desmatamento, esse domínio sofre intenso processoerosivo (relevo acidentado e clima úmido), com deslizamentos freqüentes eformação de voçorocas.

Situação Geográfica Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no nordeste), obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km². Situado mais exatamente no litoral dos Estados do: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, da Bahia, Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no interior dos Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Incluindo em sua extensão territorial cidades importantes, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife, Porto Alegre e Florianópolis.

Características de Povoamento Como encontra-se na região litorânea leste do Brasil, foi o primeiro lugar a ser descoberto e colonizado pelos portugueses – tanto que é em Porto Seguro, Bahia, que atracou o navegante Pedro Álvares Cabral, descobrindo o Brasil. Com isso, a primeira capital da colônia portuguesa na América foi Salvador, onde iniciaram-se os processos de colonização e povoamento, respectivamente. É neste domínio que estão as duas maiores cidades brasileiras – São Paulo e Rio de Janeiro. Isto se deve a antiga constituição das duas cidades como centros econômicos, integradores, culturais e políticos. Foram muitos os resultados desse povoamento, como por exemplo, a maior concentração populacional do Brasil e a de melhor base econômica.

Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas
Como o próprio nome já diz, é uma região de muitos morros de formas residuais e curtos em sua convexidade, com muitos movimentos de massa generalizados. Os processos de intemperismo, como o químico, são freqüentes, motivo pelo qual as rochas da região encontram-se geralmente em decomposição. Tem uma significativa gama de redes de drenagens, somados à boa precipitação existente (1.100 a 1.800 mm a/a e 5.000 mm a/a nas regiões serranas), que é devido à massa de ar tropical atlântica (MATA) e aos ventos alísios de sudeste, que ocasionam as chuvas de relevo nestas áreas de morros.
Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis 
Lembrando que foi colocado anteriormente em relação ao povoamento, essas terras já estão sendo utilizadas economicamente há muitos anos. Decorrente disso, observa-se uma considerável desgastação do solo que elucida uma atual preservação das matas restantes. Esta região já sofreu muita devastação do homem e da sociedade e devem ser tomadas atitudes urgentes para sua conservação. Existem muitos programas, tanto do governo como privados, para a proteção da mata atlântica. Destaca-se por exemplo, a Fundação O Boticário (privado), que detém áreas de preservação ao ambiente natural e o SOS Mata Atlântica (governamental e privado). Neste sentido, a solução mais adequada para este domínio, seria a estagnação de muitos processos agrícolas ao longo de sua área, pois o solo encontra-se desgastado e com problemas erosivos muito acentuados. Deixando assim, a terra “descansar” e iniciar um projeto de reconstituição à vegetação nativa.

Domínio Morfoclimático das Caatingas

Corresponde à região da depressão sertaneja nordestina, comclima quente e semi-árido e típica vegetação de caatinga formadapor cactáceas, bromeliáceas e árvores.Destaca-se o extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, osisal e a piaçava.A bacia do São Francisco atravessa o domínio da caatinga etem destaque pelo aproveitamento hidrelétrico e pelos projetos deirrigação no seu vale, onde a produção de frutas (melão, manga,goiaba, uva) tem apresentado expansão.A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva decorte, com baixo aproveitamento.No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morrosresiduais, resultantes do processo de pediplanação em clima semiárido.

Situação Geográfica Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas abrange em seu território a região dos polígonos das secas. Com uma extensão de aproximadamente 850.000 km², este domínio inclui o Estado do Ceará e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Tendo como principais cidades: Crato, Petrolina, Juazeiro e Juazeiro do Norte.

Características do Povoamento 
Sendo uma das áreas junto ao domínio morfoclimático dos mares de morros, de colonização pelos europeus (portugueses e holandeses), sua história de povoamento já é bastante antiga. A caatinga foi sempre um palco de lutas de independência, seja ela escravista ou nacionalista. A região tornou-se alvo de bandidos e fugitivos contrários ao Reinado Português e posteriormente ao Império Brasileiro. Como o domínio das caatingas localiza-se numa área de clima seco, logo chamou a atenção dos mesmos para refugiarem-se e construírem suas “fortalezas”, chamados de cangaceiros. Com isso o processo de povoamento, instaurados nos anos 40 e 50, centrou-se mais em áreas próximas ao litoral, mas o governo federal investiu em infra-estrutura na construção de barragens, açudes e canais fluviais, surgindo assim o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Entretanto, o clima “desértico” da caatinga, prejudicou muito a ocupação populacional nesta região, sendo que a caatinga continua sendo uma área preocupante no território brasileiro em vista do seus problemas sociais, que são imensos. Valendo destacar que com todos esses obstáculos sociais e naturais da caatinga, seus habitantes partem para migração em regiões como a Amazônia e o sudeste brasileiro, chamada de migrações de transumância (saída na seca e volta na chuva).

Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas
Com o seu clima semi-árido, o solo só poderia ter características semelhantes. Sendo raso e pedregoso, o solo da caatinga sofre muito intemperismo físico nos latossolos e pouca erosão nos litólicos e há influência de sais em solo, como: solonetz, solodizados, planossolos, solódicos e soonchacks. Segundo Ab´Saber, a textura dos solos da caatinga passa de argilosa para textura média, outra característica é a diversidade de solos e ambientes, como o sertão e o agreste. Mesmo tendo aspectos de um solo pobre, a caatinga nos engana, pois necessita apenas de irrigação para florescer e desenvolver a cultura implantada. Tendo pouca rede de drenagem, os mínimos rios existentes são em sua maioria sazonais ao período das chuvas, que ocorrem num curto intervalo durante o ano. Porém existe um “oásis” no sertão nordestino, o Rio São Francisco, vindo da região central do Brasil, irriga grandes áreas da caatinga, transformando suas margens num solo muito fértil – semelhante o que ocorre com as áreas marginais ao Rio Nilo, no Egito. Neste sentido, comprova-se que a irrigação na caatinga pode e deve ser feita com garantia de bons resultados. Outro fato que chama a atenção, é a vegetação sertaneja, pois ela sobrevive em épocas de extrema estiagem e em razão disso sua casca é dura e seca, conservando a umidade em seu interior. Assim, a região é caracterizada por uma vegetação herbácea tortuosa, tendo como espécies: as cactáceas, o madacaru, o xique-xique, etc.
Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis
Devido o homem não intervir de significativa maneira em seu habitat, o ambiente natural da caatinga encontra-se pouco devastado. Sua região poderia ser ocupada mais a nível agrícola, em virtude do seu solo possuir boas condições de manejo, só necessitando de irrigação artificial. Assim, considerando os fatos apresentados, a caatinga teria condições de desenvolver-se economicamente com a agricultura, que seria de suma importância para acabar com a miséria existente. Mas sem esquecer de utilizar os recursos naturais com equilíbrio, sendo feito de modo organizado e pré-estabelecido à não causar desastres e conseqüências ambientais futuros.

2009

Domínio Morfoclimático das Araucárias



É o domínio que ocupa o planalto da Bacia do Rio Paraná,onde o clima subtropical está associado às médias altitudes, entre800 e 1300 metros. Nesse domínio aparecem áreas com manchas deterra roxa, como no Paraná.A floresta de araucária também é conhecida como Mata dosPinhais; é homogênea, aciculifoliada e tem grande aproveitamentode madeira e erva-mate.A intensa ocupação agrária (café, soja) desse domínio é aresponsável pela devastação dessa floresta.


Situação Geográfica
Encontrado desde o sul paulista até o norte gaúcho, o domínio das araucárias ocupa uma área de 400.000 km², abrangendo em seu território cidades importantes, como: Curitiba, Ponta Grossa, Lages, Caxias do Sul, Passo Fundo, Chapecó e Cascavel.

Características do Povoamento
A região das araucárias foi povoada no final do século XIX, principalmente por imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos etc. Com isto, os estrangeiros diversificaram a economia local, o que tornou essa região uma das mais prósperas economicamente. Caracterizado por colônias de imigração estabelecidas pela descendência estrangeira, podemos destacar como principais pontos, as cidades de: Blumenau – SC , colônia alemã; Londrina – PR, colônia japonesa; Caxias do Sul – RS, colônia italiana. Mas a vinda desses imigrantes não foi só boa vontade do governo daquela época. O Brasil tinha acabado de terminar a sua guerra com Paraguai, que deixou muitas perdas em sua população, em virtude disso a solução foi atrair imigrantes europeus e asiáticos.


Características Bio-Hidro-Climáticas e FisiográficasAtualmente, a vegetação de araucária – chamada de pinheiro-do-Paraná, ou pinheiro-braseleiro – pouco resta, as indústrias de celulose e madeireiras da região, fizeram um extrativismo descontrolado que resultou no desaparecimento total em algumas áreas. Sua condição de arbórea, geralmente com mais de 30 m de altura, condiz a um solo profundo, em virtude de suas raízes estabelecerem a sustentação da própria árvore. A região das araucárias encontra-se no planalto meridional onde a altitude pode variar de 500 metros até cerca de 1.200 m. Isso evidencia um clima subtropical em toda sua extensão que mantém uma boa relação com a precipitação existente nesse domínio, variando de 1.200 a 1.800 mm. Nesse sentido, a região identifica-se com uma grande rede de drenagem em toda a sua extensão territorial. O solo é formado principalmente por latossolos brunos e também é encontrado latossolos roxos, cambissolos, terras brunas e solos litólicos. Com estas características, o solo detém uma alta potencialidade agrícola, como: milho, feijão, batata, etc. As morfologias do relevo se destacam por uma forte ondulação até um montanhoso, o que o representa num solo de fácil adesão a processos erosivos, iniciados pela degradação humana e social.

Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis Percebe-se atualmente que esta arbórea quase desapareceu dessa região, devido à descontrolada exploração da araucária para produção de celulose. Felizmente, medidas foram tomadas e hoje a araucária é protegida por lei estadual no Paraná. Mas os questionamentos ambientais não estão somente na vegetação. Devido este solo ser utilizado há anos vêem a ocorrer uma erosividade considerada. Em virtude do mesmo, surge a técnica de manejo agrícola chamada plantio direto, que evidencia uma proteção ao solo nu em épocas de pós-safra. Nesse sentido, o domínio morfoclimático das araucárias, que compreende uma importante área no sul brasileiro, detém um nível de conservação e reestruturação vegetal considerável. Mas não se deve estagnar esse processo positivo, pois necessitamos muito dessas terras férteis que mantém as economias locais.

Domínio Morfoclimático das Pradarias

Domínio representado pelo Pampa, ou Campanha Gaúcha,onde o relevo é baixo, com suaves ondulações (coxilhas) e cobertopela vegetação herbácea das pradarias (campos).A ocupação econômica desse domínio tem-se efetuado pelapecuária extensiva de corte, com gado tipo europeu, obtendo altosrendimentos e pela rizicultura irrigada.



Situação Geográfica
Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho, o domínio morfoclimático das pradarias compreende uma extensão, segundo Ab’Saber, de 80.000 km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker – UFV. Tendo como cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana, Bagé, Alegrete, Itaqui e Rosário do Sul.

Características do Povoamento 
Território mãe da cultura gauchesca, suas tradições ultrapassam gerações, demonstrando a força da mesma. Caracterizado por um baixo povoamento, a região destaca-se grandes pelos latifúndios agropastoris, que são até hoje marcas conhecidas dos pampas gaúchos. Os jesuítas iniciaram o povoamento com a catequização dos índios e posteriormente surgem as povoações de charqueadas. Passando por bandeirantes e tropeiros, as pradarias estagnam esse processo (ciclo do charque) com a venda de lotes de terras para militares, pelo governo federal. Devido à proximidade geográfica com a divisão fronteiriça de dois países (Argentina e Uruguai), ocorreram várias tentativas de anexação dos pampas a uma destas nações – devido aos tratados de Madrid e de Tordesilhas. Mas as tentativas foram inválidas, hoje os pampas continuam sendo parte do território brasileiro.

Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas
Como é uma área também chamada de pradarias mistas, o solo condiz ao mesmo. Segundo Ab’Saber, que o caracteriza como diferente de todos os outros domínios morfoclimáticos, existindo o paleossolo vermelho e o paleossolo claro, sendo de clima quente e frio. Denominado um solo jovem, devido guardar materiais ferrosos e primários, sua coloração vêem a ser escura. Estabelecido por um clima subtropical com zonas temperadas úmidas e sub-úmidas, a região é sujeita a sofrer alguma estiagem durante o ano. Sua amplitude térmica alcança índices elevados, como em Uruguaiana, considera a mais alta do Brasil, com 7° a/a. Isto evidencia suas limitações agrícolas, pois o solo é pouco espesso e têm indícios de pedrugosidade. Assim, caracteriza-o a uma atividade pastoril de bovinos e ovinos. Com a utilização do solo sem controle, denota-se um sério problema erosivo que origina as ravinas e posteriormente as voçorocas. Esse processo amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos pampas. A drenagem existente é perene com rios de grande vazão, como: Rio Uruguai, Rio Ibicuí e o Rio Santa Maria.

Condições Ambientais e Economicamente Sustentáveis 
O domínio morfoclimático das Pradarias detém importantes reservas biológicas, como a do Parque Estadual do Espinilho (Uruguaiana e Barra do Quarai) e a Reserva Biológica de Donato (São Borja). As condições ambientais atuais fora desses parques, são muito preocupantes. Com o início da formação de um deserto que tende a crescer anualmente, essa região está sendo foco de muitos estudos e projetos para estagnar esse processo. Devido ao mau uso da terra pelo homem, como a monocultura e as queimadas, essas darão origem as ravinas, que por sua vez farão surgir às voçorocas. Como o solo é muito arenoso e a morfologia do relevo é levemente ondulado, rapidamente os montantes de areia espalham-se na região ocasionados pela ação eólica. Em virtude a tudo isso, poucas medidas estão sendo tomadas, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades locais deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha um fim antes que torne toda as pradarias num imenso deserto.

Conclusão


Apredemos que dentre os diversos tipos de clima e relevo existente no Brasil, observamos que os mesmos mantêm grandes relações, sejam elas de espaço, de vegetação, de solo entre outros. Caracterizando vários ambientes a longo de todo território nacional. Para entende-los, é necessário distinguir um dos outros. Pois a sua compreensão deve ser feita isoladamente. Nesse sentido, o geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, faz uma classificação desses ambientes chamados de Domínios Morfoclimáticos. Este nome, morfoclimático, é devido às características morfológicas e climáticas encontradas nos diferentes domínios, que são 6 (seis) ao todo e mais as faixas de transição. Em cada um desses sistemas, são encontrados aspectos, histórias, culturas e economias divergentes, desenvolvendo singulares condições, como de conservação do ambiente natural e processos erosivos provocados pela ação antrópica. Nesse sentido, este texto vem explicar e exemplificar cada domínio morfoclimático, demonstrando sua localização, área, povoamento, condições bio-hidro-climáticas, preservação ambiental e economia local.


O que são

O geógrafo Aziz Ab’Sáber criou um modelo de classificação da paisagem natural do Brasil, baseada em domínios. Estes domínios são classificados de acordo com semelhanças de relevo, clima, vegetação, solo e hidrografia de uma determinada região. É considerado um modelo completo, pois leva em consideração vários elementos geográficos, compondo o quadro natural de uma região.

Os domínios Morfoclimáticos do Brasil e suas características:

Domínio Amazônico

Localização: estados do Amazonas, Pará, Acre e áreas do norte dos estados de Rondônia e Mato Grosso, além da região oeste do Maranhão.

Características principais: floresta equatorial; clima úmido e quente; presença da planície amazônica, além de planaltos e depressões nas áreas de borda; presença da Bacia Amazônica com grande quantidade de rios e elevado volume de água.

Domínio do Cerrado

Localização: região central do Brasil. Estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso (área central), Mato Grosso do Sul (áreas central e nordeste). Minas Gerais (faixa centro-oeste), Maranhão (sul) e Rondônia (faixa centro-sudeste).

Características principais: clima tropical; vegetação de cerrado; solos pouco férteis em grande parte do domínio; presença de depressões e planaltos. A Chapada dos Guimarães é um dos destaques do relevo deste domínio.

Domínio Roraima-Guianense

Localização: toda área central do estado de Roraima.

Características principais: clima equatorial semiúmido; vegetação de campos e cerrados; presença de depressões e planaltos; dependendo da área, a fertilidade do solo varia de baixa para alta.

Domínio da Caatinga

Localização: área central da região Nordeste. Quase todo território do Ceará (exceto faixa litorânea); regiões centro-oeste dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe; grade parte da região centro-oeste da Bahia; sudeste do Piauí.

Características principais: clima semiárido; vegetação típica da caatinga, presença de depressões, solos secos e de baixa profundidade.

Domínio das Araucárias

Localização: região sul do Brasil. Presente nas áreas centrais dos estados do Paraná Santa Catarina, além da área norte do Rio Grande do Sul.

Características principais: clima subtropical; vegetação subtropical (Mata de Araucária); presença de rios perenes.

Domínio das Pradarias

Localização: presente na área meridional do estado do Rio Grande do Sul.

Características principais: clima subtropical; vegetação composta basicamente por gramíneas e herbáceas; relevo de planalto com presença de leves ondulações.

Domínio de Mares de Morros

Localização: quase todo território do estado de São Paulo (exceto áreas ao norte e sul); noroeste e faixa litorânea do Paraná; áreas litorâneas dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul; faixa leste de Minas Gerais, todo território do Rio de Janeiro e Espírito Santo; faixa litorânea da região Nordeste.

Características principais: clima úmido, relevo com presença de serras (exemplos: Serra do Mar, Mantiqueira e Espinhaço); solo que sofre com a erosão provocada pelo alto índice pluviométrico (chuvas); grande parte deste domínio está ocupada por vegetação da Mata Atlântica.

MAPA DOS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL
(clique no mapa para ampliar)