segunda-feira, 9 de novembro de 2020

TRANSPORTES E COMUNICA NO MUNDO E NO BRASIL - PRIMEIRA ETAPA - EJA - TEC - ANNA BERNARDES

TRANSPORTES - MEIOS DE TRANSPORTE

As pessoas e as mercadorias se locomovem entre a cidade e o campo, entre várias cidades e entre países através dos meios de transporte. A ausência ou deficiência de transporte causa perdas econômicas e dificulta as relações sociais das populações. Sem dúvida, países de pequena extensão geográfica resolvem com mais facilidade o problema da montagem de uma rede de transporte. Para as nações extensas territorialmente, a criação de transportes eficientes é um grande desafio.

A análise do sistema de transportes de um país é um indicador do nível de seu desenvolvimento. Esse estudo deve atentar não só para o que se transporta, mas, principalmente, para como se transporta.

O estudo dos transportes deve responder a algumas questões. Que meio de transporte é o dominante? Como se distribui a circulação de mercadorias pelos diferentes meios de transporte? Qual a evolução que cada um dos tipos de transporte tem apresentado?

Evolução dos transportes

A história dos transportes se inicia com a própria história da humanidade, pois para sobreviver, o homem sempre teve de transportar objetos e produtos e conseguir se deslocar pela superfície terrestre.

De início, o homem utilizava as vias naturais, como os rios, as áreas de topografia plana e as regiões de formações herbáceas: áreas que apresentavam poucos obstáculos ao deslocamento de pessoas e objetos. A base do transporte era a tração humana. Inicialmente, o homem usava seu próprio corpo como meio de transporte e, a seguir, equipamentos associados ao corpo, como cestas, varas e carroças. Com o passar do tempo, novos recursos foram adotados como meios de transporte. À medida que houve desenvolvimento econômico, o homem passou a construir estradas, ainda que precárias, e a utilizar transporte de tração animal.

Após a Revolução Industrial, a expansão econômica acelerada de alguns países, graças ao aumento da produção de bens industrializados, gerou a necessidade de um grande consumo de matérias primas. Assim, aumentou a necessidade de transportar mercadorias – em maior quantidade e de forma mais rápida.

O desenvolvimento técnico-científico que acompanhou a Revolução Industrial possibilitou a implantação de novos meios de transporte com maior capacidade – ferrovias, hidrovias e rodovias – e a construção imediata de novas vias de transporte. Assim, a nova tecnologia permitiu que se ultrapassem obstáculos naturais, que até então freavam a circulação de produtos. Isso deu origem a uma nova fase do comércio: o comércio em escala mundial.

Os transportes em países desenvolvidos e em desenvolvimento

Os meios de transporte de um país refletem seu nível de desenvolvimento econômico e tecnológico.

O transporte é fundamental para a integração econômica, social e cultural de uma comunidade. Com efeito, as pessoas e as mercadorias se locomovem entre a cidade e o campo, entre várias cidades e entre países através dos meios de transporte. A ausência ou deficiência de transporte causa perdas econômicas e dificulta as relações sociais das populações. Sem dúvida, países de pequena extensão geográfica resolvem com mais facilidade o problema da montagem de uma rede de transporte. Para as nações extensas territorialmente, a criação de transportes eficientes é um grande desafio.

Nos países desenvolvidos, a evolução dos transportes decorreu da expansão econômica. Este é o motivo pelo qual há um alto grau de integração inter-regional e nacional e a eficiência e disponibilidade dos diferentes meios de transporte nesses países.

Por outro lado, nos países subdesenvolvidos, cuja economia sempre dependeu do mercado externo, as redes de transporte são quase sempre isoladas e convergem para os portos exportadores. Há uma escassez e ineficiência de uma rede de transportes.

Os principais meios de transporte e vias de circulação estão concentrados nas regiões mais desenvolvidas: Estados Unidos, Europa Ocidental, Japão, etc. Nessas áreas, o transporte de bens e de pessoas é bastante intenso. A distribuição e densidade de transportes nessas regiões é significativamente maior que nas regiões subdesenvolvidas, como América do Sul e África.

Meios de transporte

Os meios de transporte podem ser terrestres (ferroviário, rodoviário e metroviário), hidroviários (marítimo, fluvial e lacustre) e aéreos.

Nos países desenvolvidos, o transporte de mercadorias é feito predominantemente por ferrovias e hidrovias. No Brasil e em outros países subdesenvolvidos, predomina o transporte rodoviário. Muitos países desenvolvidos de grande extensão e deficitários em combustíveis fósseis deveriam expandir seus meios de transporte ferroviário e hidroviário, não rodoviário. Isto porque esses tipos de transporte, além de possuírem maior capacidade de carga, são mais econômicos. Por outro lado, o transporte rodoviário, além de transportar menor quantidade de carga, consome muito combustível e é dependente do petróleo. A recente crise de petróleo, que atingiu países desenvolvidos e subdesenvolvidos, é mais um sinal de que o transporte rodoviário não é economicamente eficiente.

OS TRANSPORTES TERRESTRES

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Durante o século XIX, o trem foi o principal meio de transporte e se expandiu mundialmente até a segunda metade do século XX. Em países de grandes extensões territoriais, como os Estados Unidos e o Canadá, foram construídas ferrovias transcontinentais que cruzavam o território de leste a oeste, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. Na ex-União Soviética, foi construída a Transiberiana – a maior ferrovia do mundo, com 9.280 quilômetros, ligando Moscou a Vladivostok, no litoral do Pacífico. Essas ferrovias tiveram papel preponderante na ocupação territorial e no crescimento econômico e comercial desses países.

Entre 1940 e 1960, muitas ferrovias foram desativadas. O motivo disso foi a expansão das estradas de rodagem. A partir de 1970, devido à crise do petróleo, o transporte sobre trilhos foi reativado, principalmente em países desenvolvidos. Outros fatores que reativaram o setor foram o desenvolvimento tecnológico com trens modernos e mais velozes, o sistema de metrô e uma expansão populacional que necessitava do transporte de massa.

Em países desenvolvidos, o transporte ferroviário concorre com o aéreo, mesmo em questão de velocidade. Há trens ultravelozes na Europa que chegam a velocidades entre 200 km/h e 500 km/h.

O transporte ferroviário não possui a mesma flexibilidade que o rodoviário, mas apresenta muitas vantagens. Pode utilizar várias fontes de energia (vapor, diesel, gasolina, eletricidade), tem grande capacidade no transporte de carga e de pessoas, consegue atingir altas velocidades e estimula o desenvolvimento de indústrias de base. Embora o custo da construção de ferrovias exija altos investimentos, é um econômico meio de transporte, pois desloca grandes cargas de passageiros e de mercadorias por grandes distâncias a baixo custo.

Os Estados Unidos possuem a maior rede ferroviária do mundo. É possível atravessar o país de leste a oeste ou de norte a sul por trem.

VEÍCULOS UTILIZADOS- o trem e o metrô (composição ferroviária urbana somente para passageiros, tendo a vantagem da rapidez).

VANTAGENS DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO- embora o custo da construção de ferrovias exija altos investimentos, é um econômico meio de transporte, pois desloca grandes cargas de passageiros e de mercadorias, por grandes distâncias a baixo custo.

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

O automóvel tem sido utilizado como meio de transporte desde o início do século XX. Com a Primeira Guerra Mundial, aumentou significativamente a produção e a diversificação dos tipos de veículos: carros de passeio, caminhões, ônibus, tratores, etc.

Inicialmente, o transporte rodoviário complementava o ferroviário. Com o passar do tempo, passou a concorrer com as ferrovias, inclusive resultando na desativação de muitas delas, que se tornaram deficitárias.

Há vários motivos por que alguns países decidiram utilizar a rede rodoviária, e não a ferroviária, para o transporte de mercadorias: maior flexibilidade e facilidade de acesso a diversos lugares, simplificação das operações de carga e descarga, etc. Sem dúvida, desde o início do século XX, o transporte rodoviário cresceu de forma espetacular.

A desvantagem do transporte rodoviário é o fato de ser mais caro que o ferroviário, pois transporta menor quantidade de carga. Ao longo da história do Brasil, quase todos os governos incentivaram o transporte rodoviário. Isso resultou no aumento dos preços das mercadorias, já que os caminhões não podem competir com os trens quanto à quantidade de carga transportada.

Outras desvantagens do transporte rodoviário são a poluição que gera, causando aumento de doenças e prejudicando o meio ambiente, os acidentes de tráfego e a crise do trânsito urbano.

Em países desenvolvidos, as rodovias são normalmente autopistas, estradas muito bem pavimentadas, contando com socorro mecânico a qualquer hora e telefones pouco distantes, um dos outros.

VEÍCULOS UTILIZADOS- ônibus, caminhões e carros.

DESVANTAGEM - o transporte rodoviário é mais caro que o ferroviário, pois transportam menor quantidade de carga.

MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO NO BRASIL

O Brasil enfrenta uma série de desafios em seus setores de infraestrutura e transporte. As rodovias e ferroviais do país se encontram em estado precário. Os aeroportos brasileiros possuem pequena capacidade para transporte de cargas. Além disso, os terminais portuários são ineficientes e operam com excesso de burocracia. O estado precário do sistema de transportes brasileiro, que se deve à falta de investimentos em infraestrutura nas últimas duas décadas, limita o crescimento e a expansão da economia nacional.

O sistema de transportes é indispensável para a exportação, o abastecimento da população e o acesso a matérias-primas. Os setores de transportes e infraestrutura viabilizavam todos os outros setores da economia. Um sistema de transportes precário e ineficiente limita a movimentação de pessoas e de produtos.

Como ilustra o gráfico a seguir, o Brasil fica na posição 114 no ranking mundial de qualidade de infraestrutura, na posição 120 na qualidade de estradas e na posição 131 na qualidade de portos. É, inegavelmente, um ranking lamentável para o país que possui a sétima maior economia do mundo (2014).

 ranking mundial de infraestrutura
Fontes: www.invepar.com.br -  WEF -The Global Competitiveness Index 2013-2014

Para o Brasil se tornar um país de fato desenvolvido, precisa corrigir os gargalhos em sua infraestrutura que limitam a competitividade do país.  O Brasil tem urgência em recuperar, modernizar e aumentar a capacidade de sua infraestrutura. Isso é fundamental para permitir o crescimento sustentado de sua economia.

Matriz do Transporte de Cargas


O setor de transportes desempenhou papel fundamental no crescimento econômico e na integração do território brasileiro. Mas essa integração é um fenômeno relativamente recente, pois até a década de 1970, as regiões Norte e Centro-Oeste ficavam bastante isoladas das outras regiões do país.

A matriz de transportes no Brasil é dominada por rodovias. Isso é prejudicial para a economia brasileira, pois a dependência em rodovias e a falta de investimentos em ferrovias e hidrovias resultam em custos mais elevados de transporte. Para muitas empresas, o que é gasto em transporte representa uma fração significativa de seus custos. O consumo de petróleo e de outros combustíveis utilizados por rodovias encarece os preços dos produtos transportados. Portanto, a dependência nessa forma de transporte eleva o custo de deslocamento da produção nacional.

ModalMilhões Tku*Partic.%
Rodoviário485.62561,10
Ferroviário164.80920,70
Aquaviário108.00013,60
Dutoviário33.3004,20
Aéreo3.1690,40
Total794.903100,00
Fonte: Revista CNT no.217 outubro – 2013

*TKU - toneladas transportadas por quilômetro útil.

Os custos dos produtos brasileiros aumentam devido à ineficiência e à falta de infraestrutura adequada. Isso torna a cadeia produtiva mais cara e menos competitiva. É fundamental que o Brasil melhore sua infraestrutura e reduza os custos associados à armazenagem, à logística para transporte e ao escoamento da produção. Também existe o preço da burocracia e da corrupção. Um exemplo é a perda de tempo na liberação de cargas nos portos. Isso causa uma redução na exportação de gêneros agrícolas.

Para o Brasil se tornar um país de fato desenvolvido, precisa corrigir os gargalhos em sua infraestrutura.

Os problemas enfrentados na hora de escoar a safra são o que mais pesam nos custos da produção e o que previne o agronegócio brasileiro de se tornar ainda mais competitivo. O Brasil é um país extenso, as distâncias são vastas e o território nem sempre é interligado. É evidente a desigualdade no desenvolvimento das vias de transporte entre as regiões do Brasil. Os custos de deslocamento incidem sobre os custos das matérias-primas e dos produtos nos mercados.

Em Estados no interior do Brasil, a situação é ainda mais crítica. Por exemplo, em Sorriso, um município do Mato Grosso que produz um milhão de hectares de soja e milho, a produção necessita percorrer mais de 2000 km em rodovias para alcançar o Porto de Paranaguá (PR). O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) estima que o custo desse frete é de US$ 100, enquanto a produção paraense chega ao porto por US$ 20.

A solução para Estados como o Mato Grosso, que se localizam longe da costa brasileira e, consequentemente dos portos, é ampliar a extensão ferroviária e direcionar o escoamento para as estruturas portuárias do norte do Brasil.

Também é necessário corrigir os gargalos institucionais, como as leis defasadas e as leis tributárias.

Todos esses problemas afetam a competitividade de produtos brasileiros.

Um exemplo

No Brasil, a matriz de transporte é composta por rodovias (58%) e ferrovias (25%). Nos Estados Unidos, nosso principal concorrente, o modal ferroviário é o principal meio de escoamento. Um comparativo do custo final de um produto exportado para a China pelos dois países revela que o Brasil se encontra em desvantagem competitiva.
“Enquanto o produtor americano desembolsa cerca de U$ 98 pelo transporte total da tonelada de soja até a China, o brasileiro paga U$ 180. Dentro das fazendas brasileiras a tonelada de soja custa U$ 234, enquanto em terras americanas, U$ 373. Pondo na ponta do lápis, o produto brasileiro chega ao mercado chinês cerca de U$ 40 mais caro. Dados do United States Department of Agriculture (USDA) revelam que nos EUA, a participação do custo do frete no valor final da tonelada do grão é de 26% e no Brasil, 44%.” (Fonte: www.ibralog.org.br)

Segundo a revista Exame e Paulo Resende, do Centro de Estudos para Infraestrutura e Logística de Belo Horizonte, os problemas de logística no Brasil consomem 12% do PIB. As estradas são o maior motivo de reclamações de empresários.

Aqueles que trabalham com comércio exterior são obrigados a lidar com um nível precário de via de transportes. Isso vale também para portos e aeroportos. O sistema de transportes brasileiro está longe de conseguir atender a extensão de seu imenso território. Há falta de linhas aéreas e contêineres, há excessivo gasto no deslocamento da produção e há perdas ocorridas por avarias no transporte. Além disso, existe a distorção da matriz de transportes: como explicado acima, há uma sobrecarga do modal rodoviário.

Considerações Gerais dos tipos de transporte

Vantagens das FerroviasVantagens das RodoviasVantagens das Hidrovias
- Grande capacidade de carga
- Baixo consumo 
- Longa vida dos veículos
- Indicadas para longas distâncias
- Versatilidade
- Transporte direto: origem - destino
- Fácil penetração em regiões pioneiras
- Indicado para curtas distâncias
- Baixo custo de transporte
- O Brasil apresenta grandes possibilidades para hidrovias

Transporte Ferroviário

Transporte ferroviário é o realizado sobre linhas férreas para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias transportadas neste modal são de baixo valor agregado e em grandes quantidades como: minério, produtos agrícolas, fertilizantes, carvão, derivados de petróleo, etc. No Brasil, a presença de bitolas diferentes em uma mesma região acaba provocando a elevação do custo do transporte aumentando o tempo de viagem.

As ferrovias apresentam diversas vantagens: é capaz de transportar grandes cargas para grandes distâncias e consome menos combustível por quantidade de carga transportada. Portanto, polui menos. Mesmo que o custo de implantação seja alto, requer um baixo custo de manutenção e oferece um baixo custo de transporte. Além disso, é mais seguro que o modal rodoviário: ocorrem muito menos acidentes, furtos e roubos.

Histórico

A estrada de ferro no Brasil desenvolveu-se baseada na cafeicultura. Consequentemente, o traçado é carente em linhas de integração entre as várias regiões. O seu traçado ligava as áreas cafeeiras até o porto de Santos. Em 1854, por iniciativa do Barão de Mauá, foi inaugurada a primeira estrada de ferro do Brasil, com 14 km de extensão, ligando a Baía da Guanabara à raiz da Serra de Petrópolis.

De 1870 a 1920, houve um grande desenvolvimento de ferrovias no país. Esse período foi denominado de Era das Ferrovias, quando a extensão das ferrovias passou de 745 km para 28.535 km. As ferrovias influenciaram a colonização de imigrantes europeus no Brasil, pois deram acesso aos cafezais de regiões cada vez mais distantes do porto de Santos.

Entre 1920 e 1960, a rede cresceu menos de 10 mil km, principalmente devido à crise da cafeicultura. A partir de 1960, com a eliminação de vários ramais antieconômicos, a malha ferroviária diminuiu de 38.280 km para 29.283 km, em 2011, que respondia por apenas 21% da carga transportada no país.

Problemas das Ferrovias Brasileiras

A decadência do transporte ferroviário no Brasil decorre de vários fatores: falta de investimentos, administração ineficiente, material rodante obsoleto e, acima de tudo, a concorrência com o ramo rodoviário. As ferrovias não integram as regiões brasileiras, não foram estruturas para atender com eficiência a realidade industrial do país e resultam em morosidade no transporte de pessoas e de mercadorias. O transporte rodoviário é considerado lento e com alto custo de implantação.

No Brasil, a malha férrea é pequena e atinge pontos isolados do território nacional. A grande maioria dos investimentos é feito pelo setor privado e com interesse próprio. O governo brasileiro deveria investir no modal ferroviário, pois possui um dos menores custos para o transporte de mercadorias e poderia aumentar o nível de competitividade do Brasil.

A tabela abaixo apresenta dados sobre as principais ferrovias de carga no Brasil.

Principais Ferrovias de Carga do Brasil – 2008
ControladoraFerrovia  KmProdutos
ValeEFVM – Estrada de Ferro
Vitória à Minas
905Minério de ferro, carvão mineral, soja,
produtos siderúrgicos e celulose
EFC – Estrada de Ferro Carajás  892Minério de ferro, ferro gusa, manganês,
cobre e combustíveis derivados do
petróleo e da soja
FCA – Ferrovia Centro-
Atlântica S/A
8.066Soja e farelo, calcário siderúrgico,
minério de ferro, fosfato, açúcar, milho
e fertilizantes
FNS – Ferrovia Norte-Sul 420Soja e farelo, areia, fosfato e cloreto
de potássio
Vale, Companhia
Siderúrgica
Nacional (CSN),
Usiminas e
Gerdau
MRS – MRS Logística S/A 1.674Minério de ferro, carvão mineral,
produtos siderúrgicos, ferro gusa,
cimento e soja
ALLALL – América Latina Logística
Malha Sul S/A
7.304Soja e farelo, açúcar, derivados de
petróleo e álcool, milho e cimento
ALL – América Latina Logística
Malha Paulista S/A
1.989Açúcar, cloreto de potássio, adubo, calcário
e derivados de petróleo e álcool
ALL – América Latina Logística
Malha Oeste S/A
1.945Minério de ferro, soja e farelo, açúcar,
manganês, derivados de petróleo e
álcool
ALL – América Latina Logística
Malha Norte S/A
500Soja e farelo, milho, óleo vegetal,
adubo e combustível
CSNTransnordestina Logística S/A4.207Cimento, derivados de petróleo,
alumínio, calcário e coque
Gov. PRFerroeste248Soja e farelo, milho, contêiner e trigo
FTCFTC – Ferrovia Tereza
Cristina S/A
164Carvão mineral
Total----------28.314----------
Fonte: ANTT (2009) – dados de 2008.
http://www2.transportes.gov.br/bit/03-ferro/princ-ferro.html

Ao observar a tabela, verifica-se que as empresas controladoras são também as principais usuárias desse tipo de transporte.

Um dos mais importantes setores da economia mundial, em clara evolução atualmente, é a área de serviços.

Chamamos de prestação de serviços a venda, não de bens, mas de esforços humanos para atender certas necessidades da comunidade: comunicações, transportes, lazer, educação, saúde, etc.

As Comunicações




Como o homem é um ser social, pois vive em comunidade, ele precisa se relacionar com seus semelhantes. O elemento fundamental desse relacionamento é a comunicação. No trabalho, no lazer, no amor, nós nos comunicamos, interagimos. Chamamos de comunicação a transmissão de palavras, sinais, sons e imagens. Toda comunicação implica em um sistema bipolar: o agente emissor, que envia a mensagem, e o receptor, que a recebe. Nas relações pessoais, a comunicação do emissor atinge um pequeno número de pessoas. Mas na atualidade, em razão da mídia, o emissor chega a milhares e até milhões de receptores. A comunicação é feita através da fala, bilhetes, cartas, folhetos, jornais, revistas, livros, por meio do telefone e do telégrafo, pelo rádio, televisão, teatro, cinema, e, também pelo computador.

As Comunicações Internacionais

Muitos dos meios de comunicação - pelos quais ideias e informações são disseminadas e compartilhadas - resultaram da evolução científica ocorrida ao longo do século XX. É inegável que a invenção e aperfeiçoamento dos meios de comunicação como televisão, rádio, cinema, cabos de transmissão, satélites, computadores e telefones (fixos e celulares) mudaram o planeta e o modo de vida de quase todos os seus habitantes de forma extremamente significativa.

De fato, o século XX foi o século da comunicação. Devido aos avanços nos meios de comunicação, o contato entre os lugares e povos do mundo ficou mais fácil. A comunicação se tornou simultânea, havendo transmissão e recepção ao mesmo tempo. Ao final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a Europa Ocidental tornaram-se pioneiros nas pesquisas de tecnologias de comunicação. Posteriormente, a ex-União Soviética, a China e o Japão, também se tornaram líderes em pesquisas de ponta e centros emissores de novas tecnologias.

Devido a essas pesquisas, hoje, com facilidade, podemos nos comunicar instantaneamente com países estrangeiros: a comunicação é mundial. Até pouco tempo, as comunicações internacionais eram feitas por ondas de rádio ou cabos submarinos. Hoje, os satélites artificiais de comunicação facilitam a transmissão de informações entre todos os países do globo, já que eles permitem que as notícias sejam transmitidas e conhecidas no mesmo momento em que os fatos acontecem.

Antigamente, para se telefonar a uma outra cidade do Brasil ou um outro país, era necessário chamar a telefonista para que ela fizesse a ligação. Atualmente, pode-se entrar em contato telefônico com qualquer cidade brasileira por meio do DDD - "discagem direta à distância". Para falar com outros países, existe o sistema DDI - "discagem direta internacional".

Mas apesar de aparelhos de comunicação, como telefones, televisores, rádios e computadores terem se espalhado pelo mundo, muitos países subdesenvolvidos permanecem apenas consumidores dessa tecnologia, ou meros receptores de informações. O mercado das comunicações continua sendo, em grande parte, um oligopólio, controlado por grandes empresas. A imprensa escrita (jornais e revistas) recebe informações de agências noticiosas, como a Reuters. Em todos os países, os periódicos continuamente recebem informações de influentes empresas de comunicação, que distribuem para todo o mundo e controlam a maior parte das informações, principalmente as internacionais, que chegam ao público através do rádio, televisão e jornais.

A indústria da informática também é dominada por alguns gigantes. A mais conhecida e provavelmente mais influente é a Microsoft, fundada pelo bilionário norte-americano Bill Gates. A indústria das telecomunicações, que engloba o rádio, a televisão, o telefone, o fax e a Internet, também é dominada por algumas grandes empresas, como as norte-americanas AT&T e MCI WorldCom, a alemã Deustch Telecom e a japonesa NEC.

A IMPORTÂNCIA DAS TELECOMUNICAÇÕES

Um sinal indicativo importante do desenvolvimento econômico de um país é a existência de amplos recursos de telecomunicações. Sem dúvida, essa foi uma das maiores realizações dos governos militares brasileiros após o golpe de 1964.

A televisão é, hoje, o mais importante meio de comunicação mundial, principalmente após a criação de um sistema de satélites artificiais voltados para essa finalidade. Atualmente, todos eventos ao redor do mundo chegam até a nossa sala. No Brasil, onde a maioria da população não tem recursos financeiros para um lazer mais sofisticado - teatro, cinema, concertos - a televisão, que surgiu em nosso país em 1950 (Televisão Tupi), é a grande diversão. Em nosso país, existem mais de 100 emissoras de televisão; já nos Estados Unidos, há 1000 emissoras de televisão.

O rádio, que já foi o mais importante sistema de comunicações do Brasil, principalmente entre os anos 1930 e 1950, perdeu sua importância. Entretanto, a radiofonia ainda desempenha um grande papel nas regiões mais interioranas de nosso país. São extremamente úteis os serviços prestados pelas pequenas emissoras das cidades do interior, basicamente como fator de informação e integração locais. Mais de 1100 emissoras de rádio estão espalhadas pelo Brasil. Modernamente, uma nova rede de comunicações está sendo disseminada: a Internet.

A IMPRENSA ESCRITA

A imprensa escrita surgiu no Brasil ainda no início do século XIX, com a mesma tendência até hoje dominante entre nós: o elitismo. De fato, nossos bons jornais normalmente só desempenham um papel informativo entre as classes médias e a burguesia. Isso é facilmente explicável: o nosso baixo índice de alfabetização. Mesmo os jornais chamados de populares vendem muito pouco. Isso confirma o que dissemos acima: a televisão é o grande veículo informativo do brasileiro. Os jornais de maior tiragem e circulação do mundo são editados no Japão, na China, na Alemanha e na Rússia.

INTERNET

A Internet é uma rede, em escala mundial, com milhões de computadores conectados. Através da Internet, as pessoas podem compartilhar informações escritas, sons, imagens, fotos, vídeos etc.

A World Wide Web (www), traduzida em português como "teia mundial", é o sistema da Internet que compartilha e transmite informações através de sites. Para se encontrar um site, é necessário possuir o seu endereço correto; por exemplo, www.educabras.com. O endereço eletrônico de um site é chamado de URL (sigla que, em inglês, significa Uniform Resource Locator - Localizador Uniforme de Recursos). Se o internauta não conhece o URL do site que está procurando, ele pode utilizar os sites de busca (Google, Yahoo, etc.) que o ajudarão a encontrar o que ele está buscando.

Além da World Wide Web, a Internet disponibiliza outros serviços: e-mail (correio eletrônico), transferência de arquivos entre computadores ou servidores (FTP), mensagens instantâneas (como o MSN Messenger e o Skype) etc.

A Internet permite que pessoas de todos os lugares do mundo se comuniquem de uma forma instantânea e econômica. Também facilita a vida das pessoas: por exemplo, hoje não é mais necessário ir ao banco para pagar uma conta ou verificar o saldo; basta utilizar o sistema de banco eletrônico "Internet Banking" que permite fazer transações bancárias em questão de minutos. A Internet permite, ainda, que as pessoas se correspondam com uma rapidez quase imediata: ao invés de se enviar uma carta pelo correio, pode-se enviar uma mensagem por e-mail. Além de mensagens, documentos também são, muitas vezes, enviados por e-mail.

A Internet é também um grande mercado mundial pois diminui os custos de venda , já que sites de e-commerce (comércio eletrônico), diferentemente de lojas convencionais, não requerem o aluguel de imóveis.

Acima de tudo, a Internet proporciona uma gama vastíssima de informações, sendo uma ótima fonte de pesquisas. Porém, quando se estuda ou se faz pesquisas na Internet, é necessário verificar se a fonte é confiável, pois qualquer pessoa pode publicar o que quiser em seu site, inclusive informações enganosas e incorretas.

A Internet também trouxe benefícios aos governos. Em nosso país, a maioria das declarações de imposto de renda são feitas através da Internet.

Breve histórico da Internet

Em 1957, durante a corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética, os norte-americanos fundaram a ARPA - Advanced Research Projects Agency (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada). A ARPA fazia parte do Departamento de Defesa norte-americano e tinha como propósito garantir que os Estados Unidos continuassem sendo os líderes do mundo em ciência e tecnologia militares.

Na década de 1970, a ARPA se dedicou a pesquisar sobre como redes de computadores poderiam ser interconectadas. Na época, temia-se um confronto nuclear com a União Soviética. A ARPA desenvolveu um projeto - que veio a se tornar a Internet - para garantir que os Estados Unidos mantivessem uma rede de comunicações que nem mesmo um ataque nuclear seria capaz de destruir. Durante as décadas de 70 e 80, a Internet era utilizada apenas pelo governo dos Estados Unidos, e seu uso estava limitado a fins militares e acadêmicos.

Em 1995, a Internet foi aberta ao público. Poucos anos depois, centenas de milhões de computadores ao redor do mundo já estavam conectados à Internet.

TERCEIRO ANO ENSINO ,ÉDIO - JOÃO LULA - OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS



Organismos ou organizações internacionais, também chamados de instituições multilaterais, são entidades criadas pelas principais nações do mundo com o objetivo de trabalhar em comum para o pleno desenvolvimento das diferentes áreas da atividade humana: política, economia, saúde, segurança, etc.... 

Essas organizações podem ser definidas como uma sociedade entre Estados. Constituídas por meio de tratados ou acordos, têm a finalidade de incentivar a permanente cooperação entre seus membros, a fim de atingir seus objetivos comuns. Atuam segundo quatro orientações estratégicas: 

Adotar normas comuns de comportamento político, social, etc. entre os países-membros; Prever, planejar e concretizar ações em casos de urgência (solução de crises de âmbito nacional ou internacional, originadas de conflitos diversos, catástrofes, etc.); Realizar pesquisa conjunta em áreas específicas; Prestar serviços de cooperação econômica, cultural, médica, etc. 

Abaixo, algumas das mais relevantes organizações internacionais: 


ONU - Organização das Nações Unidas  

Foi criada pelos países vencedores da Segunda Guerra Mundial e tem como principal objetivo manter a paz e a segurança internacionais. Proíbe o uso unilateral da força, prevendo contudo sua utilização - individual ou coletiva - para defender o interesse comum dos seus países-membros. Seu principal objetivo é manter a segurança internacional e pode intervir nos conflitos não só para restaurar a paz, mas também para prevenir possíveis enfrentamentos. Também incentiva as relações amistosas entre seus membros e a cooperação internacional.

UNESCO - Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura 

 Foi criada em 1945 pela Conferência de Londres e tem como objetivo contribuir para a paz através da educação, da ciência e da cultura. Visa eliminar o analfabetismo e melhorar o ensino básico, além de promover publicações de livros e revistas, e realizar debates científicos. Desde 1960, atua também na preservação e restauração de espaços de valor cultural e histórico. 

OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico 

É um fórum internacional que articula políticas públicas entre os países mais ricos do mundo. Fundada em 1961, substituiu a Organização Europeia para a Cooperação Econômica, criada em 1948, no quadro do Plano Marshall. Sua ação, além do terreno econômico, abrange a área das políticas sociais de educação, saúde, emprego e renda 

OMS - Organização Mundial da Saúde

É uma agência especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à ONU. Sua sede é em Genebra, na Suíça. Tem como objetivo principal o alcance do maior grau possível de saúde por todos os povos. Para tanto, elabora estudos sobre combate de epidemias, além de normas internacionais para produtos alimentícios e farmacêuticos. Também coordena questões sanitárias internacionais e tenta conseguir avanços nas áreas de nutrição, higiene, habitação, saneamento básico, etc.

OEA - Organização dos Estados Americanos 

Criada em 1948, com sede em Washington (EUA), seus membros são as 35 nações independentes do continente americano. Seu objetivo é o de fortalecer a cooperação, garantir a paz e a segurança na América e promover a democracia. 

OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte

Foi criada em 1949, no quadro da Guerra Fria, como uma aliança militar das potências ocidentais em oposição aos países do bloco socialista. Formada inicialmente por EUA, Canadá, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Reino Unido, a OTAN recebeu a adesão da Grécia e da Turquia (1952), da Alemanha (1955) e da Espanha (1982) 

BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento 

Com o objetivo de conceder empréstimos aos países membros, o BIRD, também conhecido como Banco Mundial, oferece financiamento e assistência técnica aos países menos avançados, a fim de promover seu crescimento econômico. É formado por 185 países-membros e iniciou suas atividades auxiliando na reconstrução da Europa e da Ásia após a Segunda Guerra Mundial 

FMI - Fundo Monetário Internacional Criado para promover a estabilidade monetária e financeira no mundo, oferece empréstimos a juros baixos para países em dificuldades financeiras. Em troca, exige desses países que se comprometam na perseguição de metas macroeconômicas, como equilíbrio fiscal, reforma tributária, desregulamentação, privatização e concentração de gastos públicos em educação, saúde e infraestrutura. 

OMC - Organização Mundial do Comércio Trata das regras do comércio entre as nações. Seus membros negociam e formulam acordos que, depois, são ratificados pelos parlamentos de cada um dos países-membros. Tem como objetivo desenvolver a produção e o comércio de bens e serviços entre países-membros, além de aumentar o nível de qualidade de vida nesses mesmos países. 

OIT - Organização Internacional do Trabalho

Tem representação paritária de governos dos seus 182 Estados-membros e de organizações de empregadores e de trabalhadores. Com sede em Genebra, Suíça, a OIT possui uma rede de escritórios em todos os continentes. Busca congregar seus membros em torno dos seguintes objetivos comu: pleno emprego, proteção no ambiente de trabalho, remuneração digna, formação profissional, aumento do nível de vida, possibilidade de negociação coletiva de contratos de trabalho, etc. 

SEGUNDA / ETAPA - EJA - JOÃO LULA - O agronegócio: pilar da economia brasileira

 

 O termo agricultura é usado para caracterizar a produção agrícola desde o abastecimento dos insumos que são utilizados nos campos de produção até a industrialização e a distribuição. Porém, nas últimas décadas o setor passou por diversas mudanças econômicas, herdando o nome de agronegócio ou agribusiness, que é o termo usado para denominar todo um conjunto de fatores econômicos incorporado à produção agropecuária, contendo as instituições que contribuem com o setor.

Identificado como um importante pilar da economia brasileira, a relevância desse complexo para a economia nacional pode ser medida por indicadores da magnitude de um produto interno bruto (PIB), que é uma medida de valor dos bens de serviços que um determinado país produz num período, na agropecuária, indústria e serviços. E o agronegócio conta com uma significativa participação de 21,46% no PIB do país (CEPEA, 2015).

figura1-participacaopib

É bastante significativo levar em consideração que o conceito de agronegócio não define nenhuma classe especifica de produtor rural, indústria agrícola ou alguns prestadores de serviços, não dependendo do tamanho da área, volume de produção, renda e tecnologia adquirida, ou seja, na agropecuária em especifico, engloba o que chamamos de agricultura empresarial, pequena agricultura, agricultura familiar, além dos outros agentes da cadeia produtiva.

No início da agricultura o setor rural priorizava apenas a propriedade agrícola em seu negócio, hábitos que foram transformados no decorrer dos anos, dando-se lugar ao que conhecemos como cadeia produtiva, que inclui o consumidor no processo juntamente as inter-relações entre os diversos elementos da cadeia (Ribeiro, 1997).

A atual agricultura que vem sendo praticada e desenvolvida no Brasil elevou o país com o status de um importante fornecedor mundial de alimentos, tornando um país como o terceiro exportador de produtos agrícolas, com desempenho expressivo nos últimos anos. (Dados da Organização Mundial de Comércio (OMC).

O agronegócio é subdividido em quatro segmentos:

  1. Insumos;
  2. Agropecuária;
  3. Indústria (de base agropecuária);
  4. Distribuição (transporte, comércio e serviços).

Todas as atividades envolvidas com a agricultura resultam em negócios, o que emprega uma grande complexidade sistemática que inclui as atividades internas realizadas na propriedade rural e as atividades externas, sendo executadas de fora da propriedade rural, que englobam a produção, armazenamento e comercialização dos produtos e insumos agrícolas.

Segundo Araújo (2003), a cadeia produtiva do agronegócio divide-se em três setores, conforme mostra a esquematização da figura abaixo:
slide1

1 – Antes da porteiras da propriedade agrícola

Antes da porteira esta centralizado as grandes empresas, contendo um alto nível tecnológico, e que retém a maior parte do mercado de agronegócios.

2 – Dentro da porteira da propriedade agrícola

Dentro da porteira estão os produtores, as fazendas em si, que compram do fornecedor e vendem ao consumidor, eventualmente podendo existir um atravessador. Definido como o elo mais fraco da cadeia de agronegócio, os produtores deixam de ganhar em alguns casos, já que dificilmente se organizam em cooperativas ou associações como deveriam (quadro com mudanças).

3 – Fora da porteira da propriedade agrícolas

Fora da porteira é um momento em que os esforços compreendem todas as relações voltadas ao armazenamento e distribuição, incluindo a logística.

Uma das grandes dificuldades dos produtores está no conceito da visão financeira. Por exemplo, na hora da compra dos insumos, geralmente, os produtores perguntam “quanto custa o produto” aos fornecedores,  e ao vender para os seus parceiros comerciais, na maioria das vezes, distribuidores e supermercadistas, perguntam “quanto você paga?”. Em consequência, acabam deixando de ganhar mais “Antes da Porteira, Dentro da Porteira e Fora da porteira”, já que não constroem preços conforme previsto pela administração financeira.

Existe uma deficiência de maior profissionalização no campo, isso se dá na gestão administrativa da propriedade rural quanto na área de sistemas de informação, que atualmente se destacam no desenvolvimento de soluções colaborativas para toda a cadeia produtiva de alimentos.

As transformações iniciam pela mudança de postura e mentalidade do produtor rural. Suas atitudes e comportamentos são determinantes para a passagem de um sistema de produção tradicional para um sistema moderno, operando de forma estratégica, buscando uma cadeia efetivamente produtiva, visando atender o consumidor final com segurança e qualidade.O termo agricultura é usado para caracterizar a produção agrícola desde o abastecimento dos insumos que são utilizados nos campos de produção até a industrialização e a distribuição. Porém, nas últimas décadas o setor passou por diversas mudanças econômicas, herdando o nome de agronegócio ou agribusiness, que é o termo usado para denominar todo um conjunto de fatores econômicos incorporado à produção agropecuária, contendo as instituições que contribuem com o setor.

Identificado como um importante pilar da economia brasileira, a relevância desse complexo para a economia nacional pode ser medida por indicadores da magnitude de um produto interno bruto (PIB), que é uma medida de valor dos bens de serviços que um determinado país produz num período, na agropecuária, indústria e serviços. E o agronegócio conta com uma significativa participação de 21,46% no PIB do país (CEPEA, 2015).

figura1-participacaopib

É bastante significativo levar em consideração que o conceito de agronegócio não define nenhuma classe especifica de produtor rural, indústria agrícola ou alguns prestadores de serviços, não dependendo do tamanho da área, volume de produção, renda e tecnologia adquirida, ou seja, na agropecuária em especifico, engloba o que chamamos de agricultura empresarial, pequena agricultura, agricultura familiar, além dos outros agentes da cadeia produtiva.

No início da agricultura o setor rural priorizava apenas a propriedade agrícola em seu negócio, hábitos que foram transformados no decorrer dos anos, dando-se lugar ao que conhecemos como cadeia produtiva, que inclui o consumidor no processo juntamente as inter-relações entre os diversos elementos da cadeia (Ribeiro, 1997).

A atual agricultura que vem sendo praticada e desenvolvida no Brasil elevou o país com o status de um importante fornecedor mundial de alimentos, tornando um país como o terceiro exportador de produtos agrícolas, com desempenho expressivo nos últimos anos. (Dados da Organização Mundial de Comércio (OMC).

O agronegócio é subdividido em quatro segmentos:

  1. Insumos;
  2. Agropecuária;
  3. Indústria (de base agropecuária);
  4. Distribuição (transporte, comércio e serviços).

Todas as atividades envolvidas com a agricultura resultam em negócios, o que emprega uma grande complexidade sistemática que inclui as atividades internas realizadas na propriedade rural e as atividades externas, sendo executadas de fora da propriedade rural, que englobam a produção, armazenamento e comercialização dos produtos e insumos agrícolas.

Segundo Araújo (2003), a cadeia produtiva do agronegócio divide-se em três setores, conforme mostra a esquematização da figura abaixo:
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1 – Antes da porteiras da propriedade agrícola

Antes da porteira esta centralizado as grandes empresas, contendo um alto nível tecnológico, e que retém a maior parte do mercado de agronegócios.

2 – Dentro da porteira da propriedade agrícola

Dentro da porteira estão os produtores, as fazendas em si, que compram do fornecedor e vendem ao consumidor, eventualmente podendo existir um atravessador. Definido como o elo mais fraco da cadeia de agronegócio, os produtores deixam de ganhar em alguns casos, já que dificilmente se organizam em cooperativas ou associações como deveriam (quadro com mudanças).

3 – Fora da porteira da propriedade agrícolas

Fora da porteira é um momento em que os esforços compreendem todas as relações voltadas ao armazenamento e distribuição, incluindo a logística.

Uma das grandes dificuldades dos produtores está no conceito da visão financeira. Por exemplo, na hora da compra dos insumos, geralmente, os produtores perguntam “quanto custa o produto” aos fornecedores,  e ao vender para os seus parceiros comerciais, na maioria das vezes, distribuidores e supermercadistas, perguntam “quanto você paga?”. Em consequência, acabam deixando de ganhar mais “Antes da Porteira, Dentro da Porteira e Fora da porteira”, já que não constroem preços conforme previsto pela administração financeira.

Existe uma deficiência de maior profissionalização no campo, isso se dá na gestão administrativa da propriedade rural quanto na área de sistemas de informação, que atualmente se destacam no desenvolvimento de soluções colaborativas para toda a cadeia produtiva de alimentos.

As transformações iniciam pela mudança de postura e mentalidade do produtor rural. Suas atitudes e comportamentos são determinantes para a passagem de um sistema de produção tradicional para um sistema moderno, operando de forma estratégica, buscando uma cadeia efetivamente produtiva, visando atender o consumidor final com segurança e qualidade.

Agronegócio

agronegócio – por vezes chamado de agribusiness – corresponde à cadeia produtiva econômica que compõe a atividade agropecuária. Trata-se da esteira econômica que vai desde a produção no meio agrário, passando pela transformação dos bens agropecuários em produtos industrializados, até a comercialização destes. Desse modo, todas as atividades ligadas a esse ramo constituem-se como participantes do agronegócio, tais como a produção de insumos e maquinários agrícolas, a disponibilização de cursos de capacidade ou formação de profissionais do ramo, entre outros.

Portanto, quando falamos em agronegócio, não nos referimos a uma atividade puramente rural, mas predominantemente rural, afinal, ele envolve composições que se reproduzem nas diferentes esferas estruturantes do espaço geográfico. Considerando toda essa gama de atividades, o agronegócio representa 33% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, 37% dos empregos gerados e 42% do total de exportações efetuadas.

O agronegócio brasileiro ganhou um maior impulso a partir da segunda metade do século XX com a expansão da fronteira agrícola do país e, principalmente, com o desenvolvimento de técnicas mais avançadas de produção, características da Revolução Verde. Com isso, o nível de produtividade do país disparou, e produtos como a soja, o café, a cana-de-açúcar e muitos outros ganharam os mercados internacionais e ampliaram os níveis de exportação do país, isso sem falar nos avanços promovidos na pecuária. No início do século XXI, vale destacar também a crescente produção de biocombustíveis derivados de bens agrícolas, incluindo a própria cana-de-açúcar.

Além das inovações tecnológicas, o agronegócio consegue avançar cada vez mais no Brasil em razão de alguns outros fatores: o primeiro deles são as vantagens oferecidas pelo território brasileiro, tais como a grande área territorial agricultável e as condições naturais aqui disponibilizadas para o cultivo; o segundo fator são os amplos investimentos públicos e privados realizados no setor, que concentra mais de 75% das concessões públicas em termos de empréstimos, incentivos fiscais e investimentos diretos.

As críticas ao agronegócio

A política do agronegócio encontra muitos defensores que argumentam em torno da produtividade do setor, produzindo benefícios na economia e também para a sociedade através do maior ganho em produtividade. Por outro lado, existem também as críticas direcionadas ao agribusiness, que estão aqui relacionadas não para conceber a ideia de que o agronegócio seja uma prática ruim, mas no sentido de explicitar o debate político realizado em torno dessa questão no Brasil.

A primeira grande crítica feita ao agronegócio parte de grupos ambientalistas, que afirmam que a expansão acelerada das cadeias produtivas no meio rural sobre os espaços naturais está diminuindo a cobertura vegetal do país. Nesse caso, o Cerrado é o maior exemplo, pois o desenvolvimento de técnicas agrícolas no âmbito do agronegócio permitiu a ampla ocupação da área desse bioma ao longo do século XX, fazendo com que menos de 20% de sua cobertura vegetal encontre-se atualmente preservada.

Outra crítica proferida é o processo de concentração fundiária ocorrido no meio rural, algo que é, em grande medida, atribuído ao agronegócio, principalmente pela grande influência que o setor, em tese, possui no meio político. Além disso, os maiores lucros obtidos através de incentivos públicos e pela exportação, somados aos baixos investimentos concedidos à agricultura familiar, contribuem para intensificar esse cenário, segundo inúmeras análises.

Soma-se a tais considerações o fato de o agronegócio ter sido responsável, segundo as críticas, pela intensificação do êxodo rural através do já mencionado poder concentrador e também pela intensiva mecanização da produção agrícola. Nesses moldes, a maior parte da mão de obra empregada no campo passou a ser substituída por tecnologias e maquinários. Isso tudo não para produzir alimentos de subsistência, e sim produtos voltados ao mercado externo.

O agronegócio aumentou a produtividade do campo

O agronegócio aumentou a produtividade do campo

Por: Rodolfo F. Alves Pena